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Um blog sobre design e fotos para vinhos com case studies, tutoriais e dicas de vinhos, design e fotografia.

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A Rolha



Quem está na área dos vinhos, sabe que a rolha é um dos ítens mais caros dos elementos da embalagem. Uma rolha de má qualidade pode comprometer toda colheita e até mesmo uma marca. Mas, vamos falar da rolha mais precisamente.
A rolha de cortiça é um produto natural de constituição celular, leve, de grande flexibilidade, reciclável e biodegradável.  Não apodrece quando submersa, o que faz da cortiça um produto impermeável contra gases e líquidos. Nenhum outro produto, seja natural ou artificial, tem propriedades semelhantes ou comparáveis.

No século XVII, com o transporte de vinhos em franco crescimento, a cortiça conquistou um confortável estatuto, impulsionada pelo Monge Beneditino D. Pérignon. Ao constatar que os vinhos da região de Champagne tendiam a desenvolver uma espuma natural sob pressão no interior das garrafas de vidro, e influenciado pelos peregrinos de Compostela cujas marmitas eram vedadas com cortiça, ele resolveu aplicar este mesmo material nas suas garrafas. Da excelente performance, fez nascer uma poderosa aliança entre a rolha de cortiça e a garrafa de vidro.
Tipos de rolha:
Rolhas Naturais- São rolhas extraídas diretamente da cortiça e que, desta forma, são 100% naturais.
Rolhas Colmatadas-São rolhas que têm os poros cobertos com produtos naturais e colas.
Rolhas Aglomeradas- Rolhas que são inteiramente feitas de granulados com cola e moldadas num corpo cilíndrico.
Rolhas Técnicas- As rolhas técnicas são constituídas por um corpo de aglomerado muito denso com discos de cortiça natural colados nos topos.
Rolhas com Cápsula- Em cada uma destas rolhas é colocada uma cápsula de madeira, PVC, vidro ou metal num dos topos, permitindo-lhe assim que seja usada várias vezes.
Rolhas sintéticas- Imitam as de cortiça natural.
A rolha, quando timbrada com a marca ou o nome da empresa, poderá ter uma relativa importância na comunicação a posteriori e torna-se um objeto de merchandising, pois permanece na mesa durante toda a refeição. Tenho visto algumas pessoas que colecionam ou guardam a rolha, quando o momento em que o vinho foi bebido tratava-se de uma ocasião especial.
Além das rolhas, Hoje, um número crescente de vinhos de boa qualidade chega ao mercado com tampas de rosca(screw caps), como as que são utilizadas há muito nas garrafas de algumas bebidas espirituosas. 

Screw caps em vinho de qualidade

No contexto cultural dos vinhos, achamos  que a rolha de cortiça, não só por ser um produto de prestígio e nacional (Portugal é o maior produtor de cortiça do mundo), mas também pela sua mística,  a rolha de cortiça continuará a ser muito utilizada nos vinhos. Importa referenciar aqui a Corticeira Amorim pela sua aposta na cortiça Nacional.

(António Quintas)
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A Cápsula


O Packaging dos vinhos está distribuído por vários elementos. A cápsula, o capsulão, a rolha, a garrafa ou bag in box, a caixa e o rótulo/ contra rótulo; que se distribuem nas áreas de protecção, acondicionamento e comunicação. Os elementos gráficos apensos a estes componentes constituem o elemento comunicacional do produto em função do mercado a que se destina.

A cápsula / capsulão é um  elemento que deverá ser considerado com maior atenção, pois é a parte mais visível num amontoado de garrafas numa montra.
Terá de deixar de ser uma peça secundária para se tornar mais um fator de comunicação. As cápsulas, que até então eram produzidas em estanho, por ser um material de elevado custo, foram substituídas por PVC(plástico) ou compósito, uma mistura de estanho e alumínio que substitui com eficiência o estanho.

O PVC, um plástico retráctil, pode causar efeitos nefastos na sua aplicação e visualização derivado das capsuladoras existentes na empresa. Este material, pelo seu baixo custo é mais indicado para produtos de menor valor. 
Cápsula em compósito com impressão fotografica em P&B
Por outro lado, os compósitos são mais fiáveis na sua aplicação , acabamento e visualização. O diferencial de custos entre os últimos e estes justificam a sua aplicação em produtos de melhor qualidade e preço.
Nunca se poderá desenvolver um tratamento gráfico numa cápsula como se desenvolve num rótulo cujo suporte é o papel, existem constrangimentos técnicos.

A impressão de uma imagem fotográfica, por exemplo, numa cápsula que é impressa em quadricomia(colorida) não resultará, exceptuando-se o caso dessa imagem ser em grayscale(preto e branco) produzida por sistema de cilindro. 
Como o PVC é um material que se retrai, a estampagem tem tendência a fissuras devido à dilatação e contracção do material, quando a estampagem é feita por  serigrafia este defeito não é tão acentuado, sendo o processo de impressão normal,  oferece melhores garantias de um bom resultado final. Nos compósitos, o processo de estampagem e serigrafia funciona muito melhor  e com menos riscos porque este material não é tão retráctil como o PVC.
Cápsulas em compósito com impressão de textos bem executada

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Foto para vinhos : Como escolher o brilho da garrafa

Foto: Moema Quintas
Para fotografar garrafas de vinhos , não basta apenas ter um bom equipamento, é necessário técnica, estudo, dedicação e principalmente experiência. Neste post, gostaria de dar algumas dicas sobre como escolher o brilho da garrafa.
 
Os brilhos mais usados são: brilho duplo, brilho lateral, brilho difuso, direto e sem brilho.
 
Brilho lateral direto
Foto: Moema Quintas
Brilho duplo - Brilho nos dois lados da garrafa. Esse brilho, embora seja muito utilizado, é contra indicado, pois interfere na visão geral do produto, pois,  ao chamar atenção demasiada à garrafa, tira atenção do rótulo provocando muitos ruídos na imagem. Tenho visto verdadeiros "desenhos rebuscados" a cada lado da garrafa.
 
Brilho lateral - É um brilho único, colocado apenas num dos lados. Este brilho deve ser sempre colocado ao lado esquerdo para conferir uma melhor visualização, e realçar a volumetria da garrafa. O brilho lateral direto fica bem na maioria dos rótulos, embora se deva evitar nos rótulos com papéis brilhantes, com muitos dourados e prateados.
 
Brilho Difuso - Também este, deve ser colocado à esquerda da garrafa. Fica muito bem em garrafas fôscas e nos vinhos que se servem frescos. Algumas vezes, quando utilizado, têm-se a impressão de que a garrafa é fôsca. 
Fica bem nos rótulos com papel brilhante e muitos dourados e prateados.
 
Sem brilho
Foto: Moema Quintas



Sem brilho - Muito utilizado na fotografia dos uísques e bebidas espirituosas, fica bem em rótulos com bastante brilho de dourados e pratas ou rótulos transparentes. Dependendo da maneira como é trabalhado, ou mesmo da forma da garrafa, pode deixar a imagem chapada, sem volumetria.
( Moema Quintas)
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Breve História da Embalagem - Parte II

Depois da segunda guerra mundial, as residências sofreram grandes transformações. A geladeira, a televisão com seus anúncios, os eletrodomésticos e a onda de prosperidade que varreu o planeta fizeram o consumo explodir.
Os supermercados se tornavam cada vez maiores, e surgiram os hipermercados impulsionados pela popularização do automóvel que permitia levar grandes quantidades de compras para casa. Com isso, a embalagem sofisticou-se em todos os sentidos, e se diferenciou através de uma ampla gama de materiais, processos e tecnologias. 
Atualmente, vanguarda do sector aponta para as embalagens activas que aquecem, esfriam ou interagem com o produto, as inteligentes que desempenham funções programadas como acusar descongelamento ou perda de vácuo e indicar a temperatura ideal de consumo.
Código de Barras

A Smart Tag RFID (etiqueta de identificação por radiofreqüência), provavelmente irá substituir o código de barras e permitir que se passe com o carrinho cheio pelo caixa com um único “bip”, sem ter de registar cada produto individualmente, além de permitir o rastreamento avançado de todas as movimentações do produto desde o momento em que ele sai da fábrica. A nanotecnologia,vai dar contributo reduzindo custos, melhorando a performance dos materiais na resistência e proteção dos produtos e propiciando a criação de novas soluções. O conceito de “Inteligência de Embalagem” será adotado para cuidar da gestão deste importante ítem da actividade das empresas. Isto fará com que a embalagem passe a integrar o planejamento estratégico empresarial, fazendo com que a embalagem assuma um novo papel na gestão de  negócios.
QR Code ou Código QR

Os Atuais QR-codes ou código QR, um código de barras bidimensional com leitura feita através dos telemóveis e que já está em uso há algum tempo, pode conter todas as informações do produto, desde a morada, site, telefone, email do produtor e até, no caso dos vinhos, fichas técnicas e informações sobre comidas que harmonizam bem com o vinho em questão.
Cremos que, para atender os desejos dos consumidores e necessidades dos produtores e distribuidores, a embalagem continuará evoluindo através dos tempos.
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Breve História da Embalagem - Parte I


Há indícios de que as primeiras noções de embalagem remontam à origem do homem, cerca de 500 mil anos atrás, na época do ancestral Pitecantropo. Criadas, inicialmente, para conter e transportar água e alimentos, as primeiras embalagens eram constituídas por elementos encontrados na natureza, como chifres ocos, crânios de animais e grandes conchas.

Aproximadamente 4.000 a.C., na antigüidade, aparece a escrita. Nesta época, inicia-se o intercâmbio de mercadorias entre a Mesopotâmia e o Egipto. A embalagem, com conceito de contenção para transporte, armazenamento e finalidades comerciais, teve origem neste período. 
Por volta do ano 3.000 a.C., os egípcios iniciaram a confecção de garrafas de vidro, a partir da moldagem em areia. Eram recipientes rústicos, usados para acondicionar óleos, perfumes e cosméticos.


Garrafa de vidro egípcia
Com a evolução nos meios de transporte e intensificação do comércio, surge a necessidade de proteger os produtos transportados, evitando-se perdas e contaminações. O precursor do barril é desenvolvido nesta época.
Em 751 d.C., os árabes capturam fabricantes chineses e aprendem a produzir papel a partir de fibras de linho, como faziam os orientais. A partir de então, a técnica de produção do papel, que com o tempo revolucionou o mercado das embalagens, passou a ser difundida pela Europa.

A queda de Constantinopla, em 1453, marca o fim da Idade Média e início da Idade Moderna. Com a Expansão Marítima, surgem novas tecnologias. A indústria farmacêutica começa a utilizar embalagens na venda de produtos. Eram frascos de vidro arrolhados, selados com cera e identificados por rótulos escritos à mão.

Os rótulos, escritos a mão, depois de Gutemberg, passaram a ser impressos em tipografia.

No final do século XIX, criam-se as técnicas de fotografia, proporcionando novo layout e redução de custos para a produção de embalagens. O consumidor fica mais exigente, analisa qualidade e segurança das mercadorias. Surgem as primeiras legislações sobre o assunto e inicia-se a preocupação com o aspecto mercadológico da embalagem.


Em 1798 surge na França a máquina de fazer papel inventada por Nicolas Lois Robert e na Bavaria Alois Senefelder cria o princípio da litografia que permitiu a impressão em cores. Com isso, já em 1830 os rótulos coloridos eram amplamente utilizados gerando uma arte gráfica de grande beleza que fez com que as embalagens aumentassem ainda mais seu poder de atração.

Com a revolução industrial surge a sociedade moderna e o mundo mudou de fisionomia para sempre. As máquinas mudaram o conceito de tempo e escala de produção, permitindo confeccionar o que antes era inimaginável e uma onda de progresso varreu a Terra.

Em 1930, um merceeiro chamado Michael Kullen criou o conceito do supermercado. Para reduzir os custos, ele eliminou os balconistas fazendo com que os consumidores apanhassem, eles mesmos, as embalagens nas prateleiras. A sua loja, King Kullen, foi logo copiada graças ao grande sucesso.

A substituição do balconista obrigou a uma alteração radical na rotulagem das embalagens que tiveram que assumir a tarefa de informar o consumidor e de vender o produto, tarefa que antes era feita pelo balconista. Com esta necessidade, surge a embalagem moderna e as funções mercadológicas ganham cada vez mais espaço e importância.

Rótulo impresso em 1930 e cunhado individualmente

Rótulo antigo cuja a imagem continua a ser utilizada



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Imagem de Março




Convento da Vila, marca alentejana bastante conhecida, tem vindo a utilizar ao longo dos tempos uma imagem aguarelada de um Convento. Em contrapartida com a antiga imagem, a nova imagem é moderna e arrojada.
Sabe-se que uma das características dos conventos é  possuir na sua decoração  o azulejo, aliás, característico e identificativo da cultura portuguesa por esse mundo fora.

Neste contexto, porque não,  numa postura minimalista e nivelada, representar essa ideia com uma simples forma geométrica consentânea com o aspecto formal do azulejo: o quadrado.
Este nivelamento foi profundo, apenas restando um pequeno pormenor como que uma célula, do conjunto figurado: o azulejo.
A imagem resultante nivelada nos trás a lembrança das obras de um mestre do nivelamento, Piet Mondrian, pintor do século passado, que com a sua desconstrução figurativista pintava árvores representando seus galhos como um mosaico geométrico colorido.
Nova imagem do Covento da Vila
Foto: Moema Quintas

A pintura nivelada de Mondrian
O rótulo, apesar de aparentemente simples, é formado de três partes de papel que juntas ajudam a desenhar a nova imagem.



















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Imagens de Janeiro e Fevereiro

JANEIRO


Nossa primeira imagem seleccionada de 2013 tem como marca  Tapada do Barro, um vinho do Dão. Em 2011 fizemos a imagem DOC deste vinho, que segue abaixo:

Foto: Moema Quintas

A imagem do Reserva , lançada em Janeiro, trás no rótulo um pássaro estilizado que representa toda a fauna existente na tapada e , pelo papel utilizado e trabalhos de impressão, caracteriza-se num vinho de qualidade. 

Foto: Moema Quintas

FEVEREIRO


Mirabilis é um vinho do Douro que tem como nome a flor que trás na imagem. É uma imagem de contrastes. O rótulo com a flor, pintada em aquarela nas cores pastéis, muito feminino, contrasta com a garrafa gorda, pesada e masculina, numa linguagem que mistura  modernidade e nostalgia... Mirabilis é um dos vinhos brancos mais caros vendido em Portugal.

Foto:Moema Quintas






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